Na última segunda-feira, 10 de março, aconteceu o lançamento oficial do Programa de Residência Tecnológica CI Digital, uma iniciativa coordenada pela Softex com o objetivo de formar profissionais altamente qualificados na área de microeletrônica. O evento reuniu especialistas do setor para debater as transformações e oportunidades no campo dos semicondutores, consolidando um passo estratégico para o desenvolvimento da indústria nacional.
Um dos destaques da programação foi o painel “RISC-V: O Futuro da Arquitetura Aberta e a Revolução do Hardware”, que abordou o impacto da arquitetura RISC-V na indústria global. A tecnologia, baseada em um modelo open-source, escalável e altamente customizável, está reformulando o desenvolvimento de processadores e ampliando as possibilidades para inovação. Durante a palestra, foram discutidas as vantagens do RISC-V em relação a arquiteturas proprietárias como x86 e ARM, além de suas aplicações em áreas como sistemas embarcados, inteligência artificial e data centers.
Representando o CEPEDI, o Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), Marcus Vinicius Silva Lemos, contribuiu com análises sobre o avanço do ecossistema de semicondutores no Brasil e o papel das tecnologias abertas na formação de novos talentos.
Sobre o Programa CI Digital
O Programa de Residência Tecnológica CI Digital tem como foco a capacitação prática de profissionais na área de microeletrônica, com ênfase no frontend de circuitos integrados digitais. A iniciativa é coordenada pela Softex e conduzida pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), com a colaboração das instituições Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Centro de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CEPEDI) e o Instituto Hardware Brasil (HBr).
O programa busca:
- Capacitar profissionais em linguagens de descrição de hardware, simulação e ferramentas de projeto para a indústria de semicondutores;
- Formar projetistas qualificados para atuar no mercado de microeletrônica;
- Reduzir a carência de mão de obra especializada no setor;
- Fomentar a cultura de microeletrônica no Brasil e ampliar a competitividade nacional.
Com um modelo estruturado em dois ciclos de 18 meses, a residência mescla capacitação teórica e prática com imersão no ambiente industrial, proporcionando aos participantes uma experiência real de mercado. A expectativa é formar até 345 profissionais altamente qualificados, sendo que, na Bahia, o CEPEDI será responsável pela capacitação de cerca de 60 especialistas, fortalecendo a indústria de microeletrônica no estado.
O evento marcou um passo decisivo para o avanço tecnológico do país. Com o Painel RISC-V e o lançamento do CI Digital, a iniciativa reforça o compromisso de instituições acadêmicas e empresariais com a formação de talentos, a inovação e o fortalecimento da indústria nacional de semicondutores.